sábado, 10 de outubro de 2009

Sistema de saúde britânico vai distribuir heroína


Governo quer baixar números de dependência e infecção pelo HIV


A heroína está prestes a ser disponibilizada no Sistema Nacional de Saúde da Grã-Bretanha para quem necessitar da droga, como parte de uma nova estratégia do governo para combater o uso de narcóticos.


Cerca de 400 consumidores de heroína já conseguem a droga pelo sistema, através de receita médica. Mas a disponibilidade da droga ainda é precária em todo o país.


A nova estratégia, que tem vindo a ser alvo de uma série de críticas, visa o tratamento de consumidores de drogas pesadas como heroína e crack, cujo consumo tem vindo a crescer no país.


Para que o vício em drogas pesadas possa ser combatido, o paciente precisa reduzir gradualmente o seu consumo, caso contrário pode morrer.


Os utilizadores de heroína irão receber a droga num local seguro, sob supervisão médica e são-lhes disponibilizadas apenas as seringas e agulhas descartáveis.


Com esta estratégia, o Governo pretende reduzir o consumo dessas drogas e também diminuir a transmissão de doenças como hepatite e AIDS entre os utilizadores de drogas pesadas.


Enquanto a heroína e o crack são drogas classificadas na Grã-Bretanha como classe A, a mais perigosa, a maconha caiu da classe B para a C.


Segundo o governo, 99% dos custos com tratamentos de drogas vêm de drogas classe A - daí a intenção do governo em focalizar os seus programas no combate ao uso dessas drogas. Mais de 1 bilhão de libras esterlinas (R$ 5,7 bilhões) vão ser investidos nesses projetos até 2010.


O governo britânico também deu a autorização para estudos médicos sobre o uso de cannabis, desde que os especialistas obtenham licenças especiais para isso.


“Nós sabemos que a maconha é perigosa, mas ela não leva à desintegração completa da vida das pessoas como o crack, a heroína e o ecstasy”, explicou o ministro da Justiça David Blunkett.


A nova estratégia, no entanto, tende a provocar diversas críticas. “Blunkett prega uma mensagem de que o consumo da cannabis não é assim tão mau”, disse Keith Hellawell, ex-coordenador do programa de drogas do governo britânico. A mudança de classe da maconha continua a torná-la uma droga ilegal, mas as penas para o consumidor foram amenizadas.

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