quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Opióides e a Dor Crônica e Oncológica


Análogos da Morfina

Agonistas: Morfina, Heroína, Codeina.
Agonistas Parciais: Nalorfina e Levalorfan
Antagonistas: Naloxona

Derivados Sintéticos

Fenilpiperidimas - Meperidina e Fentanil
Metadona - Metadona e Dextropropoxifeno
Benzomorfan - Pentazocina
Tebaina - Etorfina

A dor crônica e principalmente a dor oncológica são entidades que provocam sofrimentos intensos e requerem terapêutica medicamentosa em 82% dos pacientes. Para o tratamento da dor oncológica e de outras dores crônicas não controladas, é imprescindível nos casos de dor severa a administração de opióides fortes como a morfina e o fentanil. O sofrimento ocasionado pelas dores mascara a gravidade da doença, tirando as forças para lutar em cada dia por um viver com dignidade.
O fentanil é analgésico opióide sintético, com ação agonista forte nos receptores µ, sendo altamente lipofílico, agindo predominantemente em âmbito supra-espinhal, especialmente em região talâmica provocando por isto menos obstinação intestinal que outros opióides. O fentanil tem sido usado em anestesia via venosa, mas atualmente também é disponível em adesivo(patch), para administração transdérmica em pacientes com dor principalmente oncológica.
O fentanil é 100 a 150 vezes mais potente que a morfina na analgesia da dor oncológica.
O uso da apresentação transdérmica (adesivo) é uma opção analgésica que surge pela dificuldade dos pacientes, principalmente idosos e crianças, em aceitar medicação de uso continuo e rigoroso, ou pela impossibilidade de deglutir os alimentos e medicações, permitindo, portanto uma vida sem dor e a mais ativa possível.
A Organização Mundial de Saúde indica que o tratamento da dor oncológica não se aplica somente aos doentes fora de tratamento para cura ou em fase final de vida, mas desde o diagnóstico até a morte.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, há a estimativa para o ano de 2008 de 466.730 casos novos de câncer, sendo 5.620 o número de casos esperados para o Distrito Federal. Estima-se que 1876 pacientes necessitaram de cuidados paliativos no DF em 2008

Fonte: http://www.saude.df.gov.br/sites/100/163/00004485.doc

FARMACOLOGIA DOS OPIÓIDES



A solubilidade lipídica (coeficiente octanol/
água) é de 1,4 para a morfina, 813 para o
fentanil, 145 para o alfentanil e 1778 para o sufentanil.
A morfina possue a menor lipossolubilidade o
que resulta numa lenta penetração através das membranas;
isto faz com que chegue ao sistema nervoso
central lentamente, exibindo um início de ação mais
demorado. O sufentanil, fentanil e em menor grau o
alfentanil possuem uma alta lipossolubilidade e portanto
um rápido início de ação após injeção venosa.
A porcentagem de ligação protéica (incluindo
albumina e a1-glicoproteína ácida), em pH
7,4, é de 30 para a morfina, 84 para o fentanil, 92
para o alfentanil e 93 para o sufentanil. O fentanil,
alfentanil e sufentanil ligam-se principalmente a a1-
glicoproteína ácida, enquanto que a morfina liga-se,
principalmente, à albumina9. Os opióides mais recentes
possuem um alto grau de ligação protéica, conseqüentemente
uma menor quantidade do fármaco
está disponível na forma livre, estado no qual há a
penetração no sistema nervoso central e produção
do efeito. A alta taxa de ligação protéica também
contribui para um menor volume de distribuição e
limita a quantidade de droga livre disponível para
eliminação pelos sistemas hepático e renal, o que
reduz a taxa de depuração.

A identificação de receptores opióides na
década de 70 foi também acompanhada da identificação
de substâncias endógenas que se ligavam a
eles. Estas substâncias são peptídeos, divididos em
3 famílias, cada uma originada de um gene distinto.
Estes genes orientam o código de síntese de uma
grande proteína precursora a partir da qual os vários
peptídeos ativos são separados. Uma destas proteínas
precursoras é a pro-opiomelanocortina que dá
origem ao hormônio melanocítico estimulante, ACTH
e ß-endorfina. O segundo grupo de peptídeos
opióides deriva do precursor pro-encefalina, que dá
origem a metionina encefalina (met-encefalina) e à
leucina encefalina (leu-encefalina). O terceiro precursor
é a pro-dinorfina que origina as dinorfinas
(com cadeias de aminoácidos de diferentes comprimentos).
Os ligantes endógenos dos receptores
opióides não são só diferentes em suas origens genéticas,
mas aparecem em células e áreas diversas
do sistema nervoso central.


Fonte:
Opióides e Antagonistas
Revista Brasileira de Anestesiologia 65
Vol. 44 : Nº 1, Janeiro - Fevereiro, 1994

Mecanismo de Ação dos Opióides


Os opióides ligam-se aos receptores, tanto
no sistema nervoso central como em outros tecidos.
Somente a forma levo-rotatória possue atividade
agonista.A existência da forma ionizada é necessária
para a interação com o ligante aniônico do receptor.
A ligação de um opióide endógeno ou exógeno
com o receptor promove a inibição do segundo
mensageiro, altera o transporte do cálcio na membrana
celular e atua pré-sinapticamente impedindo a
liberação de neurotransmissor.

Fonte:
Opióides e Antagonistas
Revista Brasileira de Anestesiologia 65
Vol. 44 : Nº 1, Janeiro - Fevereiro, 1994

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Opióides e opiáceos: ação similar, mas estrutura e testes diagnósticos diferentes


A similaridade de nomes pode levar a solicitação e interpretação inapropriadas.
Os opiáceos são substâncias químicas, presentes na papoula, com reconhecida ação analgésica e depressora do sistema nervoso central. Os opióides, por sua vez, consistem em produtos sintéticos com estrutura química diferente, porém com atuação similar à dos opiáceos. Todos eles podem causar dependência, mas o diagnóstico dessa condição exige recursos diferentes, apropriados a cada grupo. Na investigação de abuso de opiáceos, os testes de triagem rotineiramente empregados utilizam um anticorpo otimizado para reconhecer essas ubstâncias, o qual, contudo, não é capaz de detectar os opióides. Assim sendo, em caso de suspeita de uso abusivo de opióides, deve-se recorrer a uma pesquisa específica, que pode ser realizada tanto no cabelo quanto na urina, de acordo com a informação almejada. Isso porque o cabelo oferece um histórico do consumo de drogas ao longo de meses, enquanto a urina evidencia o uso nos últimos dias.

Grupo de Substâncias Origem Exemplos Material para
detecção
* Opiáceos * Natural - Papoula * Morfina * Cabelo/Urina
* Opióides * Sintética * Fentanil e Meperidina * Cabelo/Urina

Fonte: http://www.fleury.com.br/Pages/Default.aspx

O que são opiáceos e opióides?


Substâncias chamadas de drogas opiáceas ou simplesmente opiáceos são aquelas obtidas do ópio; podem ser opiáceos naturais quando não sofrem nenhuma modificação (morfina, codeína) ou opiáceos semi-sintéticos quando são resultantes de modificações parciais das substâncias naturais (como é o caso da heroína que é obtida da morfina através de uma pequena modificação química).
Mas o ser humano foi capaz de imitar a natureza fabricando em laboratórios várias substâncias com ação semelhante à dos opiáceos: meperidina, o propoxifeno, a metadona são alguns exemplos. Estas substâncias totalmente sintéticas são chamadas de opióides (isto é, semelhante aos opiáceos). Todas elas têm um efeito analgésico (tiram a dor) e um efeito hipnótico (dão sono). Por ter estes dois efeitos estas drogas são também chamadas de narcóticas.
Eles são contra indicados na gravidez. Tanto a morfina e heroína como outros narcóticos passam da mãe para a criança que ainda está no útero, prejudicando-a. E quando a criança nasce e deixa de receber a droga, que vinha através da mãe, pode passar a sofrer a síndrome de abstinência.

Fonte: http://www.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/quest_drogas/opiaceos.htm